Doutorado
(Priscila Arantes, Rejane Cantone, Gilberto Prado, Cecília Salles, Christine Greiner – orientadora)
(Priscila Arantes, Rejane Cantone, Gilberto Prado, Cecília Salles, Christine Greiner – orientadora)
Filmado no centro de Atenas em dezembro de 2015, finalizado em 2018 |
Shot at Victoria Square, Athens (December 2015)
Com cenas captadas em Atenas no mês de novembro de 2014, período anterior às eleições e no meio da grande crise Grega, Red Athens foi pensado e editado para mostrar de forma poética mas também dramática, questões da crise em diferentes situações. Cenas foram gravadas em locais históricos e também no Aeroporto Internacional Hellinikon, Universidade Politécnica, Bairro Exarchia, Café Avissina.
Red Athens, 2018. 7”52min.
This documentary shows the passages of the political and economic crisis in Greece on December 2014. With scenes captured one month before the elections, during a major Greek crisis, this film made only by IMAGES AND SOUNDS was designed and edited to show poetically but also dramatically different situations.Scenes at old Athens Hellinikon International Airport (built in 1938 for Olympics games and abandoned since 2001), at Athens Politécnic University, at the Exarchia (left wing militant district) are connected by the Greec music shot at the traditional Café Avissina.
O Brasil parece ser o país das emergências, pois tudo indica que a ideia de planejamento não consegue ultrapassar “o resolver de problemas”, sempre em seu limite. Nesse sentido, e a partir do que se lê diariamente nos jornais, é possível identificar essa tendência como crônica, pois não é eventual e sim uma constante, e em inúmeras instâncias. Sendo assim, eu gostaria de trazer um exemplo muito especial sobre planejamento urbano: O projeto Nova Paulista. Este consistia na projeção de uma via expressa subterrânea, com 3 km de extensão, conectando a Avenida Rebouças à Avenida 23 de Maio. A Avenida Paulista teria, abaixo do segundo piso, a passagem do metrô e, na superfície, um bulevar com áreas de convivência, praças e apenas o trânsito local. Com o projeto aprovado, o arquiteto Nadir Cury Mezerani declara que:
Os jardins suspensos ao longo da Paulista receberão um tratamento paisagístico adequado à recreação. Serão sob forma de círculos, com um núcleo destinado a crianças, com uma média de 10 atividades ou divertimentos: escorregadores, labirintos, tanques de água e tanques de areia. Em volta deste núcleo haverá bancos e vegetação. (MEZERANI, 1970).
A proposta era humanizar São Paulo e talvez este fosse o projeto mais importante entre muitos que viriam. A interrupção e o enterro da obra, a meu ver, chegou a ser trágica. Em termos de importância, localização e tamanho, esse projeto poderia, de fato, ter mudado a história da cidade, da cidadania e da mobilidade, melhorando o desenvolvimento urbano também em áreas distantes do centro. Vale lembrar o prefeito Figueiredo Ferraz (1971-1973), já que esse projeto era parte de seu importante e significativo planejamento para a cidade de São Paulo. Ferraz planejou o crescimento pensando em construir um futuro melhor, mas parece que não há espaço para esse tipo de político, pois, com a obra semipronta, ele foi destituído do cargo pelo governo militar e a obra foi enterrada. Junto a ela, parte de nossas ilusões em ter uma cidade melhor se foi.
Infelizmente, existem muitas obras paradas e, como sempre, o jogo de interesses políticos prevalece derrubando importantes possibilidades de fazer da nossa cidade um lugar mais belo e humano. Digo isso não só em termos de mobilidade, mas em termos de um espaço público mais seguro e agradável. Podemos trazer mais um exemplo: a estação de metrô Pedro II. Fechada no subterrâneo da cidade, ela chegou a ser inaugurada, em 1980, para uma linha que não se concretizou (Linha 3-Vermelha) mesmo sabendo da necessidade que nossa cidade tem de aumentar a oferta do transporte público. E, assim, temos outros exemplos, porém, o espaço aqui não permite enumerá-los.
Trata-se de entender que a falta de planejamento e o contínuo jogo de decepções, impostas ao cidadão, corrói suas esperanças. Sendo assim, as obras não finalizadas ou interrompidas se tornam símbolos reais da impossibilidade de alcançar um verdadeiro e sólido progresso. Deformaram a história, destratam ou ignoram nosso espaço e, com isso, deformam a condição humana. Tornam-se exemplos de esperanças perdidas onde a possibilidade de um futuro melhor foi roubada. O que vemos diante desse quadro crônico são cidadãos abandonados a própria sorte e, muitas vezes, sem forças para atuar em termos de cidadania e política. Apáticos, muitos já não se sentem capazes de pensar no futuro do país. O que fica visível é que, deformados em suas possibilidades de escolha e expectativas, deixam de atuar.
Promessas infindáveis, palavras vazias ao longo de muitos anos geraram, sem dúvida, um conjunto de feridas crônicas capaz de anestesiar toda e qualquer sensibilidade, até a capacidade crítica ou de escolha política. O resultado é a apatia social, em que os acontecimentos, dos mais sérios e trágicos até os mais banais, passam a ter o mesmo peso. A apatia de muitos é uma resposta para a impossibilidade de compreensão da população ao desrespeito à vida humana em tantas deformações simultâneas, por muitos anos. Infelizmente, esse processo de dessensibilização instituído é bastante difícil de reverter, gerando também uma resposta propícia ao momento político.
Há de se triplicar a atenção nesse sentido.
29/08 á 20/09 Valletta International Visual Arts (VIVA) Curadoria Raphael Vella
St James Cavalier Centre for Creativity in Valletta, Malta; ( http://www.sjcav.org/ ).
22/06 recortes e documentação da retirada da obra Submersão
(Painel fotográfico de 450 metros instalado no SESC Vila Mariana á 1 ano e 1/2)
09 á 24/05 Festival Internacional de Vídeo Art , ((id)art_fest)
trabalho: Last Dream, Video instalação.
Palazzo Bonfranceschi, Via Cavour 14, historical center of Belforte del Chienti, Italy.